Tecido na Paulista: um grupo que manifesta sua paixão


"Sabíamos o que tínhamos que buscar e compreendíamos o que estávamos buscando. Não dispúnhamos de um leque de opções, focamos em conhecer nosso primeiro selecionado e o abraçamos após termos sido apresentados aos ideais de um grupo que nos deu vontade de assumi-lo." - Gabryel Costa

Artista Josias Fabian, do Tecido na Paulista
   De início eles pareciam apenas uma união de artistas que se apresentavam ao ar livre, se pendurando em tecidos de liganete na Avenida Paulista, mas quando realizamos nossos primeiros contatos através de mensagens, ligações e visitas, pudemos confirmar que não demoraríamos muito em concordar que o grupo "Tecido na Paulista" seria o "alvo" de nosso trabalho.
   Cada artista que subia no tecido não estava apenas a se pendurar sobre um material de liganete, estava também proclamando seu momento de liberdade e manifestando uma paixão. Cada diferente número circense não era só uma tarefa de composição para formar uma imagem com o corpo e o tecido, mas também um objetivo de transformar o material sobre o ar em parte de seu corpo. E toda a flexibilidade não servia apenas como apresentação de elasticidade, mas como prova da beleza do corpo quando em liberdade, ignorando limitações.
   Se existia tanto amor por praticar uma arte, existiria igualmente a vontade de crescer, e cada integrante do Tecido na Paulista demonstrou uma força dentro de si de expandir não a si na arte, mas a arte que havia neles. Apresentando suas histórias e os esforços para se encontrarem para treinar em público, levantando a bandeira da arte de rua, veio também a exposição de todos os obstáculos que os fizeram chegar até ali.
   A iniciativa de procurarem um local ao ar livre para treinar e mostrar essa arte ao público, nos fez perceber o quanto muitas artes estão esquecidas ou mal distribuídas, de forma a privilegiar um número limitado de pessoas. Muitos desse grupo têm apenas a Avenida Paulista para treinar, ou algumas praças, quando possível. As academias de circo, escolas circenses ou projetos dessas artes, são muito caros ou difíceis de encontrar, e é por esse motivo que não é comum as pessoas conhecerem as Artes do Circo.
   Com uma iniciativa como a do Tecido na Paulista, pudemos ver e continuaremos vendo muita mais gente, de todas as idades, gêneros e classes sociais, reconhecendo, explorando e, quem sabe, praticando um pouco do que o grupo Tecido na Paulista faz.

Gabryel Costa, líder do grupo Exosfera

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