História do Tecido na Paulista

  


   O Grupo Tecido na Paulista nasceu do amor pela Arte e da necessidade de praticá-la.
   Através de um projeto na faculdade UNESP, foi realizada a instalação de uma tenda de circo que proporcionou o encontro entre professores, artistas e amadores da arte circense. Com a existência dessa tenda, e sua boa estrutura e aparelhos, treinos de diversas áreas dessas artes se tornaram possíveis, como a pratica de solo, de acrobacias, de saltos e até de aéreos. Os encontros no local tinham uma periodicidade e dependiam do funcionamento da faculdade para que acontecessem. Quando a faculdade estava fechada, a tenda também estava fechada. Sem esquecer que alguns desses amantes tinham dificuldades até mesmo de estarem presentes nos treinos por conta do valor a ser desembolsado com transporte, devido à distância. Todos esses motivos não serviram para limitar os circenses. A paixão pelo tecido transformava qualquer lugar possível em local para pendurar o material, como arvores e pontes, mesmo que parar fazer isso, existissem milhares de impedimentos. Foi á partir dos muitos obstáculos que uma parte desses apaixonados tomou uma iniciativa.
   Umas das integrantes do, hoje, Tecido na Paulista, teve uma experiência com um fotógrafo que sugeriu a conhecida Avenida como paisagem de seu material para o registro da arte. Esse profissional conhecia de trabalhos aéreos e pendurou o tecido em uma área da Paulista. Mesmo com receio de praticar sobre o asfalto, a fotografada concordou com a sugestão e conquistou não só imagens de si atuando sua arte, mas também a visão de um futuro.
   Espalhando a ideia para a tribo do tecido, ocorreu a junção do útil ao agradável. Mesmos com as dificuldades de autorização, a ciência de que a rua é um lugar de todos colocou o grupo não só a enxergar a Paulista como um lugar possível para praticar, mas fez nascer também à intenção de ocupar a cidade para tornar as artes circenses conhecidas e acessíveis. 
   No período de inatividade da Universidade UNESP a tenda se fechou para seguir as férias dos alunos, e nesse intervalo de tempo, entre 2018 e 2019, os encontros na Avenida começaram a acontecer.
   O tecido acrobático começou a chamar a atenção dos transeuntes. Pessoas de todas as idades paravam para admirar a arte circense na rua e era notável o interesse de quem dava um pouco de seu tempo para a apreciação dessa arte. Quando pensamos no futebol, por exemplo, a gente sabe que é um esporte bastante conhecido e amado, mas o tecido acrobático nunca conseguiu tal visibilidade.
   Com um pouco do circo na rua, muita gente que não conhecia tal arte passou a conhecer e a ter acesso. Quando a Avenida Paulista não gera disponibilidade, o grupo luta para encontrar algum novo lugar público e não deixar os treinos morrerem. A ideia de ter que pagar caro para ir à apresentação de circo começou a se mostrar distante, e isso é uma grande conquista.
   Além do intuito de divulgar o núcleo em que há artistas, professores e amadores, o Tecido na Paulista criou o propósito de disseminar e dar acesso a Arte Circense. Não estando apenas prontos para mostrar, mas também aproximar e até ensinar.
   Nenhuma dificuldade cessa a paixão e o companheirismo dos membros do grupo que se locomovem de vários lugares e distancias por amor. Enxergam o circo como uma manifestação de arte popular para envolver as pessoas e mesmo com os contratempos, geralmente de encontrar lugares em que possam treinar livremente, ainda conseguem projetar o crescimento, sempre prontos e animados para mais histórias. Em suas mentes visualizam o dia em que será fácil encontrar lugares para treinar livremente, veem as pessoas conhecendo as artes de circo como conhecem o futebol, enxergam o circo como não mais elitizado e esperam testemunhar o acesso da população ao circo. Seus próximos passos talvez sejam de participar de editais, criar projetos socioeducativos e desenhar um grupo com mais identidade, mas enquanto isso não acontece, o amor pelas artes circenses não deixará de acontecer.

Roteirizado por Evelin Giovanelli, Giovanna Castino e Gabryel Costa.
Escrito por Gabryel Costa.
Material do GRUPO EXOSFERA
Fonte de informações obtidos com Fernanda Nascimento e Thalia Oliveira Ribeiro, integrante do grupo Tecido na Paulista.

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